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CONFERÊNCIA
Vivenciamos desde 2020 uma pandemia que evidenciou, em larga escala, a não valorização da ciência e morosidade, ou inação, na adoção de medidas pautadas em evidências, por parte do Estado. Graças a uma intensa mobilização social, uma parcela considerável da população está imunizada e a tendência é de uma perspectiva de notícias melhores para o futuro, entretanto, não podemos baixar a guarda. As vacinas têm se mostrado efetivas contra as variantes, ao menos na proteção de casos mais graves, porém é essencial a manutenção do uso das máscaras e que toda a população, sem exceção, esteja vacinada com todas as doses. Só assim conseguiremos avançar rumo à tão desejada retomada da economia.
No entanto, a retomada econômica pode aumentar a pressão no nosso planeta, cujos recursos são limitados. As mudanças climáticas são uma realidade e os eventos climáticos extremos serão cada vez mais comuns. Estima-se que em 2050, só na América Latina, contaremos com 17 milhões de refugiados climáticos, pessoas forçadas a se mudar de seus lares devido aos reflexos das mudanças climáticas, segundo o relatório Groundswell, divulgado pelo Banco Central. É urgente atuarmos em todos os setores por uma transição energética focada em energias limpas e renováveis, mitigando e cessando o uso de combustíveis fósseis, visando o objetivo de nos aproximarmos da meta-limite para a manutenção da vida humana na Terra, de elevação da temperatura global, estipulada em 1,5 graus Celsius. O planeta já atingiu um aumento de 1,2 graus Celsius, em relação aos níveis pré-industriais e segundo o relatório do IPCC divulgado em agosto de 2021, o aquecimento da temperatura no planeta se dá comprovadamente em decorrência da ação antrópica, ou seja, está diretamente relacionado com a ação humana. Será preciso enfrentar questões como crises hídrica, energética e problemas estruturais de infraestrutura que historicamente atravancam o desenvolvimento da economia brasileira.
Assim, essa retomada deve ser pautada no desenvolvimento sustentável e precisa priorizar os mais vulneráveis, promovendo políticas de combate à pobreza e ações para o enfrentamento à insegurança alimentar. Atualmente 100 milhões de brasileiros se encontram em situação de insegurança alimentar, segundo relatório da Ação de Cidadania com mais 57 organizações. Será importante atuarmos também pela promoção de políticas que favoreçam a proteção social, a proteção aos Direitos Humanos, o combate à inflação, a necessidade de priorização da educação, valorização da ciência e promoção de políticas científicas, geração de renda e recolocação para mais de 12 milhões de desempregados no Brasil.
A agenda de Integridade, transparência, ética, compliance e conformidade é outra agenda prioritária e será uma importante ferramenta de apoio às instituições públicas e privadas nesse processo. Durante o período de pandemia vimos um aumento no risco de que o cenário permitisse uma flexibilização em políticas e procedimentos de controles internos das instituições como forma de atender a necessidades urgentes por resultados. Isso gerou um alto risco de impacto negativo e reputacional na sociedade. As instituições que possuem programas de compliance robustos e priorizaram a ética e transparência em suas atuações sairão fortalecidas desse processo e com menores danos. Não podemos mais admitir que os negócios não sejam pautados pela ética e transparência, e tanto organizações quanto imprensa e a sociedade como um todo cobram e fiscalizam essa premissa junto às instituições.
As empresas têm um papel fundamental para a construção dessa retomada econômica e a agenda ESG será estratégica nesse processo. No entanto, o mercado corporativo vive um período complexo, de muitos riscos, em que resiliência e reinvenção foram necessários para que os negócios sobrevivessem. As empresas precisaram se reinventar, criar novos produtos, serviços e mudaram inclusive o seu modus operandi para garantir sua sobrevivência. Superados esses desafios, caberá às lideranças uma atuação sólida, baseadas no fortalecimento da cultura de Integridade e Compliance, pelo desenvolvimento de suas estratégias ESG, pelo fortalecimento de políticas internas que visam a promoção da diversidade e inclusão, no fortalecimento de políticas que preservem o meio ambiente e garantam que seus planos e metas, pautados pelos ODSs, sejam de fato atingidos. As empresas possuem um grande poder transformador e somente um forte engajamento das organizações privadas em prol da sustentabilidade pode pavimentar o caminho para o futuro que queremos.
Nos vemos às vésperas das Eleições 2022 e é necessário pautarmos no debate político a urgência da priorização de políticas direcionadas ao desenvolvimento sustentável. Essa será a única alternativa para avançarmos rumo a uma sociedade justa, inclusiva, verde e responsável. O caminho para esse progresso e essa sociedade passa por discussões sadias e justas, pautadas por dados e para isso se faz necessário combater o negacionismo, a desinformação, o extremismo e as ameaças ao Estado Democrático de Direito.
É nessa direção que nossa Conferência buscará contribuir. Mobilizar empresas, organizações da sociedade civil e governos para que possamos ajustar o foco, valorizar a vida, fortalecer a democracia e mudar o rumo, em direção à recuperação econômica em bases sustentáveis.

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16/08
15h
8 anos de atuação no combate ao trabalho escravo: Instituto do Pacto Nacional pela Erradicação do Trabalho Escravo – InPACTO
Mércia Silva, diretora-executiva do InPACTO, apresenta como tem sido a atuação do instituto e seus resultados. Ela também apresenta um panorama do trabalho escravo, hoje, no Brasil e como as empresas podem participar e apoiar.
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18/08
16h10
Lançamento do guia: “A Responsabilidade Social das Empresas no Processo Eleitoral”
Ao longo do 1º semestre de 2022, o tema sobre a responsabilidade social empresarial em processos eleitorais foi abordado em Grupos de Trabalho temáticos de Meio Ambiente, Direitos Humanos e Integridade e combate à corrupção do Instituto Ethos. A construção do Guia contou com a parceria estratégica do escritório Maeda Ayres & Sarubbi Advogados e com a colaboração de outras empresas e organizações parceiras do Ethos, na consulta direcionada sobre as recomendações e conteúdo do documento.
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28/07
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15h
#999CFF
Lugar de menina é na escola! - desafios e caminhos para a educação de meninas no Brasil

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